Vida estará mais cara nos próximos meses no país

Vida estará mais cara nos próximos meses no país

O Banco de Moçambique (BM) revelou que os preços dos produtos essenciais poderão subir ao longo dos próximos meses no país, devido aos choques climáticos e a uma possível subida do preço dos combustíveis e dos serviços de telecomunicações. Essa previsão decorre do impacto dos efeitos dos choques climáticos e do aumento dos preços dos combustíveis e da tarifa de portagem na África do Sul, que é um dos principais abastecedores de produtos de primeira necessidade a Moçambique.

Em janeiro, a inflação esteve situada em 4,2% e em fevereiro em 4,0%. No entanto, até dezembro deste ano, poderá atingir 5,37%. As expectativas macroeconômicas dos agentes econômicos apontam para uma aceleração da inflação no curto prazo, acreditando-se que a mesma poderá fixar-se em 5,37% em dezembro de 202.

É importante lembrar que os dados da última avaliação do índice de preço ao consumidor do Instituto Nacional de Estatísticas indicam que o país registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 4,0%, com as divisões de Educação e Alimentação e bebidas não alcoólicas sendo as que tiveram maior subida de preços, variando com 8,61% e 6,89%, respectivamente. A situação requer atenção e planejamento financeiro para enfrentar os desafios decorrentes dessas mudanças nos preços dos produtos essenciais.

A cidade de Quelimane, localizada na província da Zambézia, tem experimentado aumentos significativos nos níveis gerais de preços. De acordo com análises de variação acumulada, todos os locais registaram um aumento no nível geral de preços. Quelimane lidera com uma subida de cerca de 3,11%, seguida pelas cidades da Beira, que apresentam um aumento de 1,82%.

Por outro lado, as alterações mais suaves ocorreram nas cidades de Maputo, com 0,96%, e Tete, com 0,80%.

No médio prazo, ou seja, nos próximos três a quatro anos, as perspectivas apontam para uma inflação de um dígito, ou seja, abaixo de 10%. Isso reflete principalmente a estabilidade da moeda metical e o impacto das medidas adotadas pelo banco central, com base em pressupostos internos e externos.

Internamente, o regulador destaca a pressão elevada sobre o orçamento do Estado, bem como a ocorrência de choques climáticos e a instabilidade militar em Cabo Delgado.

A avaliação dos riscos e incertezas associados às projeções de inflação permanece favorável no médio prazo. Possíveis fatores de contenção da inflação incluem o esforço de consolidação fiscal e o impacto menos severo dos conflitos geopolíticos na cadeia logística e nos preços das mercadorias no mercado internacional, conforme relatado pelo Banco de Moçambique.

Além disso, o Relatório da Conjuntura Económica prevê que a atividade econômica continue a expandir-se a níveis moderados, impulsionada pelo desempenho da indústria extrativa, especialmente com a produção de gás natural na plataforma Coral Sul FLNG, na bacia do Rovuma. No entanto, excluindo os projetos de GNL, o relatório sugere que a atividade econômica mantenha sua trajetória de recuperação, apesar das incertezas relacionadas aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e nas infraestruturas.

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